O I
Encontro do Ambulatório Sabrina Drumond, equipamento da rede da
Secretaria de Estado da Saúde, ocorreu no auditório do Laboratório
Central do Maranhão (LACEN), nesta terça-feira (31). O ambulatório, que
fica na Policlínica Cohatrac, conta com equipe multidisciplinar composta
por psiquiatra, endocrinologista, psicólogos, assistente social,
enfermeiros e fonoaudiólogos, para atender de forma específica o público
trans.
Durante
o evento, foram realizadas duas rodas de conversas com os temas: As
prosperidades nas travestilidades e transfeminilidades, e Disforias de
pessoas trans masculinas e homens trans. “Nossas demandas se estendem
por toda a vida. As pessoas precisam entender que precisamos viver e não
só sobreviver, porque a sobrevida está diante de uma pressão,
insalubridade, uma ausência de prosperidade. Então, se as pessoas não
têm os direitos preservados, seus deveres estão comprometidos”, relatou a
psicóloga Dávia Jucá.
“O
Estado do Maranhão protagoniza mais uma vez o atendimento universal
dando possibilidade de atendimento a todos. Na Policlínica Cohatrac,
ofertamos atendimento integral à população trans e, no próprio
ambulatório, a política de trabalho prevê que tenhamos reuniões mensais
para que esse grupo forme uma rede de apoio”, pontuou o médico clínico
do ambulatório, Dimitrius Garbis.
“A
garantia de direitos da população trans na saúde é uma promessa do
governador Carlos Brandão, que se comprometeu com a população LGBTQIA+. O
governador esteve em um encontro com a comunidade trans em que foi
estabelecido um plano de governo para essa parcela da população, que
precisa ser reconhecida”, ressaltou a assessora clínica da EMSERH,
Taynah Soares Camarão.
A
programação do I Encontro contou também com a realização de mutirão de
retificação realizado pela Defensoria Pública do Estado do Maranhão. O
serviço possibilita a mudança de nome e gênero nos documentos sem a
necessidade de ação judicial.
“A
Defensoria já tem um núcleo especializado de atendimento à população
LGBT+ desde 2011. E é de 2018 a decisão do STF que garante essa
retificação de forma gratuita, cabendo a Defensoria judicializar o
processo. Mesmo assim entendemos a dificuldade porque são solicitados
uma série de documentos para a retificação, por isso a Defensoria emite
as certidões eletrônicas e também formaliza o requerimento para o
cartório, garantindo a gratuidade do procedimento da retificação”,
explicou a assistente social do Núcleo da Mulher e Pop LGBT+ da DPE/MA,
Nathália Tinôco.
A
Defensoria Pública encaminha as pessoas que ainda não fazem
acompanhamento no ambulatório e o ambulatório encaminha à Defensoria os
pacientes que não são retificados.
Ambulatório
Em menos de um ano de funcionamento, o ambulatório já realizou mais de mil atendimentos à população trans.
Uma
das pessoas atendidas pelo equipamento é o auxiliar de expedição Adrian
Freire de Lemos Vilar. “Agora temos acompanhamento médico para fazer a
transição. Existem pessoas que não podem contar com esse espaço ou, por
conta do preconceito, acabam fazendo a harmonização por conta própria.
Sabemos que isso é um risco. E esse espaço, tanto de cuidados médicos
quanto de debate, é fundamental para garantir os nossos direitos de
acesso à saúde e a políticas públicas”, disse.
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