Funac se reúne com lideranças de religião de Matriz Africana (Foto: Divulgação |
A
Fundação da Criança e do Adolescente (Funac) realizou uma reunião de
alinhamento sobre Assistência Religiosa no âmbito dos Centros
Socioeducativos, com lideranças de religião de Matriz Africana. A
atividade aconteceu no auditório da Escola de Socioeducação do Maranhão
(ESMA).
O
objetivo da reunião foi esclarecer e alinhar aspectos importantes com
as instituições, a respeito da portaria n° 1843/2019 da Funac, que
dispõe das diretrizes, princípios e normativas para a execução desse
atendimento aos socioeducandos.
Presentes
na reunião, estiveram Lúcia Diniz, diretora técnica da Dirtec; Pollyana
Gonçalves, assistente social da Dirtec; equipe da Coordenação dos
Programas Socioeducativos, Josivaldo Luís, psicólogo, e Marluce Viegas,
assistente social; Priscilla Swaze, diretora da ESMA; e representantes
das instituições da Matriz Africana: José Alexsandro Rosa Correa, Casa
Fanti Ashant; Rodrigo, Casa de Nagô; Lya Josilene Brandão, Coletivo Dan
Eji; Paulo de Aruanda, Terreiro Nossa Senhora da Vitória.
A
presidente da Funac, Sorimar Sabóia, avaliou a reunião e destacou,
ainda, a importância da assistência religiosa, que é um dos direitos
fundamentais previstos pela lei do Sistema Nacional do Atendimento
Socioeducativo (Sinase). “A assistência religiosa deve ser garantida de
acordo com a crença ou credo religioso do socioeducando e conforme seu
desejo. Ela se constitui como um dos eixos da proposta pedagógica e visa
contribuir para o desenvolvimento dos socioeducandos no processo
socioeducativo. A reunião foi integradora e de partilha dos desafios
enfrentados para a garantia da assistência religiosa e sua diversidade”,
afirma.
A
diretora tecnica, Lúcia Diniz, que coordenou a reunião, agradeceu as
instituições pela disponibilidade em contribuir com o Atendimento
Socioeducativo, por meio das atividades religiosas nas unidades. “A
Funac teve a oportunidade de esclarecer e apresentar a diretriz a
respeito da assistência religiosa, e eles de compreenderem como funciona
a rotina socioeducativa, e que as instituições religiosas são
ferramentas importantes no processo pedagógico de ressocialização dos
socioeducandos”, pontua.
Paulo
de Aruanda destacou o Decreto 37761, de 28 de setembro de 2022, que
estabelece a Política Estadual de Proteção aos Direitos dos Povos e
Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Afro-brasileiros. “Existe
as especificidades dos ritos das religiões de matriz africana e se faz
necessário avaliar até que ponto a Fundação está preparada para receber o
trabalho da religião de matriz africana nos Centros Socioeducativos”,
enfatiza.
José
Alexsandro Rosa Correa, da Casa Fanti Ashanti, esclareceu como funciona
o processo de quando um adolescente se autodeclara pertencente a uma
religião de matriz africana. “Tem uma 'casa' e que a autoridade maior é,
obrigatoriamente, o líder da casa, nesses casos não se pode direcionar o
adolescente para uma outra casa”, explicou.
Josilene
Brandão, representante do Coletivo Dan Eji, se manifestou e falou da
importância histórica do momento e sugeriu que a reunião seja ampliada a
outras instituições religiosas. “É preciso que ocorra modificações na
Portaria 1843/2019 para contemplar as especificidades das religiões de
matriz africana, a exemplo de não possuírem CNPJ, além de outras
questões. É importante promover também um momento formativo com os
servidores da Funac”, disse.
Nesse
sentido, será realizada, em janeiro de 2023, uma reunião ampliada para
estudo e revisão da portaria que norteia a assistência religiosa na
Fundação, para que seja elaborado um protocolo específico para a
Religião de Matriz Africana, e também será discutido o processo
formativo dos servidores que atuam nos Centros Socioeducativos.
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