Antigamente, as escolas chamavam-se “grupos escolares”, e eram
integrantes do ensino primário que englobavam cinco séries, do 1º ao 5º
ano. Os alunos, quando ingressavam no 1º ano, já sabiam ler de
“carreirinha”, faziam cópias e ditados e desenrolavam cálculos que
envolviam a adição e subtração.
Em Timbiras, o grupo escolar “Maranhão Sobrinho”, era a referência,
único a oferecer a referida modalidade e assim concentrava todas as
classes. Em sua estrutura física apresentava, quatro salas de aula
(havia uma improvisada no pátio), fachada simples com o portão de
entrada, quatro janelas em cada sala, as quais permaneciam abertas
durante as aulas e não aparecia ninguém para importuná-las; não havia
muro circular, apenas dois banheiros, não tinha merenda, não se doavam
livros nem outro tipo qualquer de material; todavia “centenas” de
doutores em diferentes áreas, saíram deste “grupo escolar”.
Descrevendo um pouco mais, lembro-me que o piso era de cimento, as
carteiras e bancos para acomodar “dois” alunos, todo recurso didático
que dispunha os professores, era o velho “quadro negro” e alguns pedaços
de giz branco. Havia uma professora para cada sala: do 1º ao 5º ano e
eram trabalhados desde o 1º ano, conteúdos básicos como: português,
matemática, estudos sociais, ciências, religião e desenho.
O mais interessante é que havia apenas uma senhora, cujo nome era
Raimunda Araújo, esta abria o prédio, fazia os serviços de limpeza de
todas as salas, corredor, pátio e banheiros; passava um pano nas mesas,
carteiras e bancos, tocava o sinal de entrada dos alunos; depois ia
verificar a água nos potes e filtros, arrumar copos na bandeja e ainda
ficava circulando como se fosse uma supervisora.
Na sala da diretoria, duas pessoas davam conta do recado: a Diretora e
uma Secretária. Atendendo ao ensinamento de um provérbio que diz: “O
hábito não faz o Monge”, mesmo com toda essa precariedade, mas com o
compromisso de dar o melhor de si, alunos desta geração e deste grupo
escolar, hoje, andam com suas próprias pernas.
Alguns colegas, adeptos dos provérbios, costuma dizer que “Quem vive
de passado é museu”, entretanto, eu prefiro afirmar que se Timbiras não
tivesse tido um passado tão glorioso, estaríamos lamentando o presente e
não teríamos nenhuma perspectiva para o futuro.
Diante do exposto, comparem a escola do passado com as unidades de
ensino atuais, comparem tudo desde a estrutura física ao quadro de
pessoal, vejam os recursos didáticos atuais, as doações do governo, o
conforto das salas, banheiros, etc. E com certeza, você vai entender que
realmente “O hábito não faz o Monge”.
É imprescindível o apoio da “família” para o desenvolvimento da
educação nos dias atuais. Sem as famílias e a sua total colaboração e
cobrança, certamente num futuro bem próximo, vamos está sentindo
saudades dos grupos escolares de antigamente.
A palavra mágica é “INTERESSE”, sem isto, escolas e professores tecnológicos de nada adiantarão. Pensem nisso, caros leitores.
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