No Brasil há registros de estudos da
Entomologia Forense, ciência que aplica o estudo dos insetos nos
procedimentos de investigações criminais, a partir de 1908, com Edgar Rochette Pinto e Oscar Freire.
Com o passar do tempo essa ciência se
consolidou como uma valiosa ferramenta para determinar aspectos de uma
morte como a data e o lugar.
Entretanto, em contraponto ao norte do globo,
como mostram os shows de ficção na TV, em regiões de clima tropical não
existe um banco de dados consolidado a respeito das espécies de insetos
necrófagos.
Maranhão um trabalho pioneiro está mudando esta
realidade. Um estudo da Entomologia Forense vem sendo coordenada pelo
perito forense do Instituto de Criminalística e Medicina Legal do estado
e entomólogo, Orleans Silva.
O projeto, em parceria com o Laboratório de
Entomologia e Vetores da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, é
dirigido pelo professor José Macário Rebelo, e recebe o apoio da FAPEMA, através do edital Universal nº001/2012.
A metodologia usada no estudo maranhense é a mesma já consolidada mundialmente.
O modelo vem da Fazenda de Corpos do Tennessee, nos Estados Unidos, entretanto aqui são usados animais e não humanos.
São usados modelos em campo, onde os porcos
simulam cadáveres humanos. Os estudos são controlados e os animais ficam
em gaiolas de metal com cobertura de tela de mosquiteiro.
A máxima proximidade com a realidade é buscada
pela equipe, usando, por exemplo, mortes por armas de fogo. “Monitoramos
desde a temperatura do ambiente até o último estágio de decomposição”,
comenta Orleans.
“Identificamos, por exemplo, que formigas
afetam o estado de decomposição. Em um mesmo intervalo de tempo um corpo
deixado próximo à um formigueiro apresenta avançado estado de
decomposição, enquanto outro deixado longe das formigas apena incha, o
que seria o esperado para o intervalo pós morte”, explicou o
entomologista.
Quando o banco de dados estiver pronto a
polícia do Maranhão poderá utilizar essas informações para solucionar
perguntas como quem é o morto, há quanto tempo ocorreu a morte, se foi
suicídio, e em que circunstâncias a morte ocorreu.
Escrito por Tayna Abreu
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