![]() |
Comercio de seu Fernando no Bairro São Raimundo |
Com uma população de 28 mil habitantes e um contingente
rotativo de apenas 4 (quatro) policiais militares, a cidade de Timbiras vem
sofrendo cada vez mais com as ações dos bandidos, que praticam diariamente
roubos e assaltos de motos, celulares, residências, casas comerciais e às
pessoas em geral. Uma situação preocupante e perigosa, que deixa a população
timbirense insegura e com constante medo dos assaltantes, que são audaciosos e
atacam em plena luz do dia.
![]() |
Comércio de dona Rita Sampaio Avenida João Leal/Centro |
Comerciantes tentam se proteger da rotina de arrombamentos e
assaltos, trabalhando com grades nas portas dos seus comércios e atendendo por
uma pequena janela. Essa situação é vivenciada pela senhora Rita Sampaio,
proprietária de um estabelecimento comercial em Timbiras. A microempresária
considera a situação constrangedora e humilhante para o dono do comércio e para
os clientes. “Eu já fui assaltada duas vezes, e por isso, resolvi colocar
grades e ficar presa dentro do meu próprio comércio, mas mesmo assim, fico com
medo, o tempo todo pensando que a qualquer hora possa acontecer novamente”, diz
a comerciante.
![]() |
Comercio de Ieda - Bairro São Sebastião |
Muitos outros comerciantes, em todos os bairros da cidade,
também já foram assaltados, e agora estão trabalhando com grades em seus
estabelecimentos, deixando-os indignados com a fragilidade da segurança pública
em Timbiras. Nossa reportagem ouviu vários depoimentos, dentre eles o do senhor
Antônio José, proprietário de um ponto comercial, que se diz envergonhado com a
fragilidade da segurança oferecida pelo Estado do Maranhão.
![]() |
Bairro São Sebastião |
“Na última quinta-feira [dia 18], os caras fizeram um
arrastão aqui no bairro São Sebastião, roubaram duas motos e vários celulares
em plena luz do dia. A gente não pode mais trabalhar sossegado, ter uma moto ou
um celular. Pelo o amor de Deus, alguém tem que fazer alguma coisa”, relatou o
trabalhador.
Como se não bastasse a violência típica, uma nova modalidade
de crime está sendo praticada em Timbiras: o sequestro de motocicletas. Nessa
prática criminosa, os bandidos roubam as motos, e para os donos tê-las de
volta, têm que pagar o resgate, que varia de 1.500 a 2.000 reais, como explica
uma das vítimas, de inicias R.N, que conversou com a nossa reportagem, mas não
quis se identificar.
“Tomaram a minha moto de assalto, registrei o Boletim de
Ocorrência, mas a polícia não conseguiu pistas dos bandidos, e por isso, fui
investigar por conta própria, e descobri onde estava a minha moto, mas tive que
pagar 2.000 reais para os ladrões e 200 [duzentos] reais ao informante.”
Em relação aos furtos e assaltos de motocicletas, o modo
operacional dos bandidos é quase sempre o mesmo. Após tomar o veículo, os
assaltantes deixam o município por uma conhecida rota de fuga, via bairro São
Sebastião, mais precisamente a partir da localidade Setúbal, de onde seguem por
uma estrada vicinal paralela à linha do trem, rumo à cidade de Coroatá e a
outras localidades próximas.
O que chama a atenção da população de Timbiras em relação à
ineficácia da detenção dos bandidos pela polícia é que neste ponto da zona
rural existe uma ponte sobre a linha férrea, o que impossibilita a viatura
policial de prosseguir na captura dos ladrões.
Outra situação preocupante é o número de homicídios no
município. No ano de 2017 foram dez assassinatos. No dia 1º de janeiro de 2018
foi registrada uma morte por arma branca. O homicídio ainda está sob
investigação, para melhor esclarecer a dinâmica e a veracidade factual do
trágico acontecimento.
A preocupante realidade cotidiana em Timbiras exige uma
urgente tomada de decisão por parte das autoridades e da sociedade. É dever dos
governos federal, estadual e municipal, que garantam a tranquilidade das
cidadãs e dos cidadãos. A população não pode continuar refém dentro de suas
próprias casas sem ter o direito de ir e vir livremente, princípio básico da
civilização.
Romenigue Couto e Hildenilson Sousa / Timbiras – MA.
www.blogdoromenigue.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário