O Maranhão entrou no seleto grupo de estados brasileiros com normas e orientações específicas para reduzir a emissão dos gases do efeito estufa que são gerados pelo desmatamento. Ao mesmo tempo, essas normas vão estimular o desenvolvimento econômico e social da população.
Ou seja, a proteção do meio ambiente vai ter que andar de mãos dadas com a geração de renda e bem-estar para a população. Trata-se do decreto que regulamenta o chamado REDD+, iniciativa relacionada ao tema de mudanças climáticas, serviços ambientais e redução das emissões do desmatamento. O documento foi assinado pelo governador Carlos Brandão nesta quarta-feira (26).
O Maranhão é o terceiro estado no Brasil
inteiro a ter esse tipo de decreto. “Hoje é uma data histórica para o
Maranhão, para o Brasil e o mundo. Momento importante para a preservação
das florestas, do meio ambiente e, acima de tudo, para reduzir a
emissão do gás carbônico. O mundo todo está atento a isso, e o Maranhão
não poderia ficar de fora”, afirmou Brandão.
Além do REDD+, o
decreto assinado no Maranhão também regulamenta o chamado PSA, que trata
do pagamento por serviços ambientais. Juntos, o REDD+ e o PSA formam
uma série de mecanismos para que a proteção ambiental seja lucrativa
para a população. Isso torna essas ferramentas mais atrativas e
eficientes.
Como parte da Amazônia Legal, o Maranhão tem uma das mais ricas e valiosas biodiversidades do Brasil.
Investimentos
Os
mecanismos têm uma série de objetivos. Entre eles, incentivar e
aperfeiçoar programas de pagamento por serviços ambientais. O Maranhão
já tem exemplos nesta área, como é o caso do programa Maranhão Verde,
que paga uma bolsa para moradores de determinadas áreas ajudarem na
preservação ambiental.
Um ponto bastante importante do decreto é a
previsão de adotar instrumentos legais para atrair investidores, sempre
alinhados à proteção ambiental e ao desenvolvimento social. Ou seja,
investidores com iniciativas sustentáveis.
Também está prevista a
proteção dos rios e do litoral maranhense, para que sejam usados de
maneira sustentável pela atual e pelas próximas gerações.
O REDD+ ainda garante o desenvolvimento sustentável dos povos indígenas e das comunidades tradicionais.
Um
elemento bastante importante é que todos esses mecanismos estão em
linha com os acordos internacionais dos quais o Brasil faz parte. Isso
facilita a atração de investidores internacionais.
Para a
secretária de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais, Raysa Maciel,
“o Maranhão desponta como um estado que aposta na preservação do meio
ambiente, aliado ao desenvolvimento econômico”.
Todas as normas
específicas serão definidas e gerenciadas por conselho e comitês com
representantes do governo e da sociedade em geral.
Proteção ambiental
O
REDD+ e o PSA vão intensificar um trabalho que já é feito no Maranhão.
Atualmente, o Maranhão faz a gestão de 15 unidades de conservação, que
abrangem em torno de 7 milhões de hectares – aproximadamente 23% do
território estadual. Três das unidades de conservação têm reconhecimento
internacional.
Entre as medidas já adotadas para a proteção
ambiental, estão o Programa Agente Jovem Ambiental (com bolsas para
jovens atuarem na proteção ambiental), o já citado Programa Maranhão
Verde e uma série de instrumentos legais regulamentando o uso dos
recursos naturais.
COP-27
O decreto ganha mais força porque
foi assinado às vésperas da COP-27, o grande encontro mundial sobre
mudanças climáticas, que começa no dia 6 de novembro no Egito.
Com
o documento, o Maranhão transmite a mensagem ao mundo de que está
preparado para contribuir na luta contra o aquecimento global.
“Mais
do que isso, estamos também apresentando as potencialidades do nosso
estado para recebermos investimentos verdes e as ações efetivas em prol
do desenvolvimento sustentável e, assim, termos um retorno que beneficie
toda a população maranhense”, diz o governador Carlos Brandão.
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