Por Martín Fernandez — São Paulo
Presos desde o dia 6 de março em
Assunção, Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Roberto Assis, vão saber na tarde
desta segunda-feira se estarão finalmente autorizados a deixar o Paraguai e
retornar ao Brasil. Uma audiência judicial marcada para às 15h de Brasília (14h
de Assunção) deve resultar na libertação dos brasileiros, acusados de entrar no
país vizinho usando passaportes falsos.
O caminho foi aberto duas semanas
atrás, quando o Ministério Público do Paraguai concluiu as investigações e
decidiu não apresentar nenhuma nova denúncia contra Ronaldinho e Assis. Os
promotores também ofereceram aos brasileiros a suspensão condicional do processo,
mediante o pagamento de multas – US$ 110 mil no caso Roberto de Assis e US$ 90
mil no caso de Ronaldinho.
Além do pagamento da multa, os dois
terão que comparecer a cada três meses com uma autoridade brasileira, para
acompanhamento do processo. No caso de Ronaldinho, isso dura um ano. No de
Assis, dois anos. A defesa dos brasileiros aceitou as condições sugeridas pelo
MP do Paraguai – por isso todos os lados envolvidos no caso acreditam que a
aventura de Ronaldinho no Paraguai termina agora.
Ronaldinho e Assis foram presos no
dia 6 de março, acusados de terem ingressado no Paraguai portando documentos
adulterados. Os dois admitiram esse crime, que tem como pena o pagamento de
multa. Mas o Ministério Público pediu – e a Justiça concedeu – uma prisão
preventiva, que no país vizinho pode durar até seis meses, para que outros
possíveis crimes fossem investigados.
Após cinco meses de investigações,
que incluíram perícias nos celulares dos irmãos Assis e de outras pessoas, nada
foi encontrado contra os brasileiros.
Os passaportes falsos foram
entregues ao ex-jogador e seu irmão no aeroporto de Assunção no dia 4 de março,
quando eles desembarcaram de um voo que havia partido de São Paulo. Os
documentos foram dados a eles pelo empresário Wilmondes Souza Lira, que também
está preso no Paraguai. Lira era o intermediário entre os irmãos Assis e a
empresária Dalia Lopez, que havia convidado Ronaldinho e Assis para irem até
Assunção participarem de ações sociais de uma suposta ONG. Dalia Lopez está
foragida desde o dia 7 de março.
O "caso Ronaldinho"
detonou uma investigação que resultou na prisão de cerca diversos agentes
públicos paraguaios, envolvidos num esquema de falsificação de documentos e
evasão de divisas.
Após um mês presos na Agrupación
Especializada, um quartel da Polícia Nacional do Paraguai transformada em
prisão de segurança máxima, Ronaldinho e Assis conseguiram a mudança de regime
e passaram para prisão domiciliar, que eles cumprem desde então num hotel de
Assunção. Na ocasião, eles aceitaram também pagar uma fiança de US$ 1,6 milhão
– é desse valor que agora serão descontados os US$ 200 mil de multa a serem
pagos por Ronaldinho e Assis. Ou seja: o Estado paraguaio vai devolver a eles
US$ 1,4 milhão.
Nesse período, Ronaldinho completou
40 anos (21 de março) e passou o dia das mães longe de Dona Miguelina e o dia
dos pais longe de João, seu único filho. Durante o período em que esteve na
Agrupación Especializada, Ronaldinho jogou futebol e futevôlei, recebeu mimos e
visitas de ídolos e jogadores da ativa no futebol paraguaio, como Gamarra.
O estafe do jogador ainda não
decidiu quando (nem como) voltará ao Brasil após o resultado da audiência. Eles
preferem esperar o desfecho do caso.
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