Os
resultados do “Inquérito Cobertura Vacinal de Crianças Nascidas em
2017-2018”, realizado em 19 Estados e no Distrito Federal, foram
apresentados, quarta-feira (1º), para os gestores das 19 regionais de
saúde, coordenadores da Atenção Primária e de Imunização de municípios
do maranhão, no auditório da Secretaria de Estado da Saúde (SES), em São
Luís.
O
objetivo da pesquisa foi estimar a cobertura do esquema completo
previsto no calendário do Programa Nacional de Imunização (PNI),
aplicadas até aos 24 meses em crianças nascidas em 2017 e 2018,
residentes nas áreas urbanas das capitais brasileiras, do Distrito
Federal e de 12 municípios com mais de 180.000 habitantes.
No
Maranhão, participaram representantes dos municípios de São Luís e
Imperatriz, estimando a cobertura vacinal de crianças e a identificação
da hesitação vacinal das doses.
“Foi
uma oportunidade para avaliar a cobertura vacinal por região e
município, identificando os principais desafios e dificuldades relatadas
pelos entrevistados durante a pesquisa. Isso nos ajudará a traçar novas
ações de planejamento para a vacinação de 2023, tendo como foco
reforçar o aumento da cobertura de todas as vacinas de rotina como
contra a Covid-19”, pontuou a superintendente de Epidemiologia e
Controle de Doenças da SES, Tayara Pereira.
Durante
o levantamento de dados da pesquisa, foram coletadas informações sobre
as vacinas BCG, Hepatite B, Poliomielite, Pentavalente, Rotavírus
humano, Febre amarela, Meningocócica Conjugada C, Pneumococo conjugado
10 Valente, Influenza, Hepatite A, Tríplice Viral, Varicela e reforço
para DPT e Poliomielite, tudo isso por meio da análise da caderneta de
vacinação das crianças - do nascimento até o momento da catalogação de
dados.
Nas
visitas domiciliares, os entrevistadores do inquérito coletavam
informações dos pais e responsáveis, fotografavam as cadernetas de
vacinação e faziam a busca do documento no Sistema de Informação do
Programa Nacional de Imunização (SI-PNI) com digitação e conferência de
dados.
Para
o professor e pesquisador da Faculdade de Ciências Médicas da Santa
Casa de São Paulo (FCMSCSP-SPo), o doutor José Cássio de Moraes,
múltiplos são os fatores que interferem na cobertura.
“Existe
a informação da população, mas só isso não é suficiente; é necessário,
também, uma boa logística e infraestrutura que possibilite a aplicação
das vacinas. Outro aspecto que precisa ser pontuado é a falta de
recursos, o que dificulta a execução de atividades preventivas”,
explicou o pesquisador.
Em todo o Brasil foram feitas 40.500 entrevistas, 1.350 somente no Maranhão, sendo 900 em São Luís e outras 450 em Imperatriz.
Segundo
a professora do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal
do Maranhão (UFMA), responsável pelo inquérito no estado, a doutora
Rejane Christine de Sousa Queiroz, os resultados vieram em boa hora.
“Estamos
retomando a valorização do Programa Nacional de Imunização como outrora
foi. Isso tudo demonstra como devemos ser vigilantes, pois diante de
epidemias, o monitoramento é essencial”, destacou Rejane Christine de
Sousa Queiroz.
Acompanharam
a apresentação dos dados a diretora administrativa da Escola de Saúde
Pública do Maranhão (ESP/MA), Ana Lúcia Nunes, e o coordenador das
Regionais de Saúde, Aristeu Marques de Almeida.
Pesquisa
Tanto
em São Luís, como em Imperatriz, as coberturas foram maiores para a
maioria das vacinas, com exceção para as doses contra o BCG e a Hepatite
B, que foram maiores no SI-PNI.
Em
São Luís, a proporção de crianças que deixaram de ser vacinadas, apesar
de terem sido levadas ao posto de vacinação, foi de 35,3% e a
dificuldade mais frequentemente foi a falta de vacina (54,6%).
Em
Imperatriz, o inquérito identificou que a proporção de crianças não
vacinadas mesmo tendo sido levadas ao posto de vacinação foi de 67,4% e a
dificuldade mais frequentemente também foi a falta de vacina (57,9%).
A
superintendente de Vigilância Epidemiológica e Sanitária de São Luís,
Francelena Sousa, afirmou que o inquérito é uma pesquisa de extrema
importância para o trabalho de imunização no país. “O levantamento nos
dá a disponibilidade de visualizar dados que o nosso sistema de
informação não consegue mensurar”.
A
gestora da Regional de Saúde de Imperatriz, Kelly Rocha, também esteve
presente no evento. “Serviu para avaliarmos os nossos indicadores,
principalmente quanto às práticas que precisam ser revistas e as medidas
a serem adotadas”, disse.
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