Carlos Brandão

Governador do Maranhão

Entre tantas características que tenho – assim como todos nós -, uma delas é a de ser um intransigente defensor da democracia. Se hoje vivemos um Estado democrático, devemos a muitos que se entregaram por isso. E se essas pessoas, lá atrás, tivessem se omitido em lutar por esse direito, como estaríamos? Não há dúvidas de que a Democracia venceu. Então, agora, é nosso dever defendê-la para que ela permaneça. Afinal, este é o modelo que mais se aproxima da vontade geral. Nesse sentido, o voto é uma das nossas principais armas.

No momento em que estamos a apenas duas semanas do fim do processo eleitoral, escrevo sobre o tema para alertar sobre a importância de não deixarmos de comparecer às urnas. Votar é fundamental para que possamos continuar consolidando tudo o que nossos antepassados conquistaram –  nas ruas, com muita luta; alguns enfrentando exílio; outros que chegaram a perder a vida pela causa. Exercer o seu poder de escolha pode significar muito para uma cidade, uma região, um estado, um país. Ir às urnas lhe confere o direito de exigir com mais propriedade. E o tema se torna ainda mais relevante quando lembramos de que, em 2018, o Brasil registrou a maior abstenção desde 1998. Dos eleitores aptos, 20,3% deixaram de comparecer aos locais de votação. Quase 30 milhões de brasileiros que transferiram sua decisão. No Maranhão, o percentual foi ainda maior: 20,54%, ou mais de 930 mil eleitores que não se fizeram presentes para votar. Decerto que muitos têm motivos pessoais; mas simplesmente eximir-se, em minha opinião, não deve ser uma opção considerada.

Outra situação que, ao meu ver, agride o princípio democrático é aquela em que o voto é negociado por um benefício eventual. Cada cidadã, cada cidadão, deve ter a consciência de que seu voto pode alterar o destino de todos. A escolha é pessoal, mas o bem é coletivo. Por isso, fiquemos muito atentos para que estas práticas não aconteçam. O Maranhão tem crescido a olhos vistos e, com ele, o acesso das pessoas às informações necessárias para que cada um decida por si. Hoje, é muito mais simples consultarmos o histórico dos candidatos, a prestação de contas daqueles que já ocuparam cargos públicos e, principalmente, saber quem realmente sabe o que fazer com o cargo pretendido.

A democracia é um valor inegociável, que também se baseia em instituições fortes e um Estado de Direito feito para todas e todos, de igual maneira. E tudo tem como base a escolha de cada um. Aliás, seu direito de escolha preservado. Que assim se encaminhem nossas eleições no dia 2 de outubro, com uma presença marcante de maranhenses que votem de forma consciente, sabendo de que, nas urnas, estará decidindo pelo bem do Maranhão.