Por Acelio Trindade
Perto da ponte no
final da rua 31 de março, chegando à Rio Grande do Norte, é possível
ver o canal que traz o esgoto da Unidade Regional de Ressocialização de
Codó direto para o leito do riacho Água Fria que deságua no rio
Itapecuru.
São várias moradias e
pontos de venda ao longo da correnteza pequena e perene que se forma.
Na malharia de seu Francisco Paulo Borges dos Santos, o mau cheiro
passa na frente.
“Ânsia de vômito,
catinga, fedentina horrível, entendeu? (…) Diz que é só a água, mas água
não fede desse jeito, entendeu…ENTÃO PRA RESOLVER? Resolver tem que
tirar isso daí, não tem condição disso ficar assim.. É MUITA GENTE
PREJUDICA… É muita gente, os comércio, muita gente, horrível’, respondeu.
O esgoto que desce
passa atrás da frutaria de Cícera Maria Viana da Silva. Pior é que ela
também mora nas proximidades e sofre dia e noite.
“Tem dia que doi a
cabeça, prejudica até a saúde das crianças, nem comer pode comer em paz,
como com aquele fedor…SENTAR NA PORTA DE CASA? Ah! Sentar com a mão no
nariz quem quiser sentar, é grande o fedor, é terrível, que ele passasse
um dia aqui em nossa rua com nós ele ia sentir que o prejudicado é o
morador”, diz.
NO PRESÍDIO
Nós estivemos no
presídio para falar com alguém a respeito. O diretor, identificado pelo
agente que nos atendeu no portão apenas pelo nome de William, mandou
dizer que não falaria porque não estava autorizado a falar sobre este
assunto.
Os moradores que
reclamam também dizem que não são atendidos pela direção do presídio que
ignora as reclamações diárias. Por conta disso, foram atrás das
autoridades municipais.
Fotografaram a
situação, fizeram abaixo-assinado e seu Antonio da Conceição Araújo até
já registrou uma ocorrência na Secretaria Municipal do Meio Ambiente e
na Vigilância Sanitária no dia 04 de outubro deste ano. Até hoje nunca
obteve resposta.
“daqui até o
Itapecuru todos passam pela mesma dificuldade do fedor do canal (…) cai
tudo, botaram foi o cano no meio da rua, cortaram a rua e colocaram o
esgoto dentro do canal da água fria como essa fotografia tá mostrando
aqui…E MESMO ASSIM NUNCA DISSERAM NADA? Mesmo assim nunca chegou uma
resposta pra mim aqui, de jeito nenhum”, respondeu o comerciante.
Nós também estivemos
no prédio da Vigilância Sanitária onde nos foi mostrado que uma equipe
esteve no local da denúncia e constatou que ela é IMPROCEDENTE, ou seja,
não existe.
Não é o que os prejudicados continuam afirmando semanas após a vistoria da vigilância feita dia 09 de outubro.
“Quando ele abre lá a
água pra vir é uma desgraça, é uma vergonha e esses políticos nunca faz
nada, a verdade doa a quem doer tem que ser dita (…) o povo sabe essa
avenida Maranhão aí é uma carniça, muita gente tá deixando de correr, de
fazer alguma física, algum exercício por causa disso e o Poder sabe
disso”, disse indignado o mototaxistas Reginaldo da Luz Queiroz.
O secretário municipal
do Meio AMBIENTE, Ivaldo José da Silva, disse já ter conhecimento da
situação, mas como está fora do Estado do Maranhão só poderia fornecer
dados mais precisos sobre providências ao retornar a Codó, o que
ocorreria nesta teça-feira.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) esclarece que já realizou obras e serviços de separação e escoamento de esgoto na Unidade Prisional de Ressocialização de Codó (UPCDO), de modo que os dejetos ali produzidos são despejados exclusivamente em fossa séptica própria, coletada por empresa cadastrada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, para evitar seu transbordamento.
A gestão prisional afirma, ainda, que a água servida na referida Unidade Prisional, a exemplo da que é consumida nos chuveiros, segue normalmente para a galeria que coleta o esgoto e a água pluvial de toda a cidade, assim como ocorre com a maioria dos domicílios e pontos comerciais da região.
Por fim, a Seap informa que realiza de forma permanente os serviços de acompanhamento e manutenção de suas obras, em todo o estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário