Uma
parceria entre o Governo do Maranhão e o Fundo Internacional para o
Desenvolvimento Agrícola (FIDA) - agência da Organização das Nações
Unidas (ONU) - vai garantir que cerca de 80 mil pessoas de 37 municípios
maranhenses sejam beneficiadas com uma ação que concilia redução da
desigualdade no campo e consciência ambiental.
Trata-se
do PAGES, ‘Projeto Amazônia de Gestão Sustentável’, e o pontapé inicial
para implantação da iniciativa foi dado nesta quarta-feira (9), com a
assinatura do Memorando da Missão de apoio à implementação do PAGES.
Representantes
da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF) e equipe técnica
do FIDA assinaram o memorando em solenidade realizada no Palácio dos
Leões, em São Luís.
O
mote do projeto é contribuir para a redução da pobreza rural,
estimulando a diminuição do desmatamento e da degradação ambiental na
região amazônica do Maranhão.
Serão
beneficiados com o PAGES, agricultores familiares, quebradeiras de coco
babaçu, quilombolas, indígenas, jovens e mulheres que habitam e
trabalham em 37 cidades do Maranhão situadas na região Amazônica,
atingindo cerca de 20 mil famílias rurais e de comunidades tradicionais.
De
acordo com o secretário da SAF, Diego Rolim, a meta é que as ações do
projeto comecem a ser implementadas já a partir de 2023. Três municípios
serão pontos focais da ação: Açailândia, Maracaçumé e Santa Inês. Rolim
comemorou a assinatura do memorando apontado a essencialidade do
projeto.
“Essa
reunião é uma missão que o FIDA e o Governo do Estado estão realizando
para que nós possamos implementar o programa já a partir de 2023. [O
PAGES] Será crucial na Região Amazônica para que nós possamos adotar a
agroecologia com as comunidades tradicionais, os indígenas, os
quilombolas, os assentados e as quebradeiras de coco. Com isso nós
poderemos gerar renda e conhecimento para essas pessoas”, frisa Diego
Rolim.
No
Maranhão, o PAGES é coordenado pela SAF, mas conta com a parceria do
Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma), Secretaria
Estadual de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), Agência
Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Agerp), Secretaria
de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan), Secretaria de Estado do
Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) e Instituto Maranhense de
Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc).
A
oficial de programas do FIDA, Cintia Guzman, explica que esse é um
programa estratégico do FIDA na Amazônia brasileira e que o próximo ano
será voltado para a implementação das ações e a seleção dos
beneficiários.
“O
próximo ano será ainda de implementação, estruturação, planejamento e
seleção das diferentes comunidades que vão participar. O projeto já
define as áreas de atuação, que serão as áreas mais vulneráveis da
Amazônia maranhense, mas é preciso fazer um trabalho de seleção dos
potenciais beneficiários que serão alcançados. Esse é um projeto muito
importante em nível estratégico do FIDA, porque é o primeiro projeto na
região amazônica brasileira”, detalhou Guzman.
Como funcionará o PAGES
O
Projeto Amazônia de Gestão Sustentável (PAGES) busca fornecer aos
pequenos agricultores e comunidades tradicionais, ferramentas que lhes
permitam melhorar sua situação socioeconômica, sem que haja necessidade
do esgotamento dos recursos naturais.
Diego
Rolim destacou que o PAGES soma-se a outras iniciativas já adotadas no
Maranhão para conter a degradação do meio ambiente, a exemplo do decreto
assinado no mês passado pelo governador Carlos Brandão, que regulamenta
o chamado REDD+, iniciativa relacionada ao tema de mudanças climáticas,
serviços ambientais e redução das emissões do desmatamento.
“É
uma parceria que vai implementar essas boas práticas, fazendo uma
recuperação das áreas degradadas, para que possamos gerar os créditos de
carbono. Sabemos que o governador Carlos Brandão editou um decreto do
REDD+, que visa acima de tudo minorar os impactos ambientais e angariar
os créditos de carbono para todo o estado”, comentou Diego Rolim.
A
área de atuação do PAGES inclui três regiões do Maranhão: Amazonas,
Gurupi e Pindaré, além das terras indígenas de Arariboia. No total,
abrange uma área de 58.755 km², que se estende por 37 municípios e
aproximadamente 72% da Floresta Amazônica do estado.
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