Estes são os vencedores do #PrêmioViva2019!
Parabéns a cada uma e um que fomenta ações afirmativas de combate a
violência contra a mulher.
"Estou muito feliz por tem conquistado o Prêmio Viva - Pela Vida de Todas as Mulheres ,
desenvolvido pela Marie Claire e Instituto Avon, esta ação destaca e
premia pessoas que desenvolvem atividades de enfrentamento a violência
contra as mulheres e fui indicada e estou entre as vencedoras de cada categoria, gostaria
muito de agradecer ao meus amigos de minha cidade Timbiras e de todo o
Brasil por acreditarem e votarem em mim, disse Alice Juliana".
1. Amanda Ferreira, na categoria Sociedade
Civil.
2. Alice Juliana, Educação. (TIMBIRAS-MA)
3. Ana Fontes, categoria Autonomia
Econômica;
4. Djair Moura, em Eles por Elas;
5. Adriana Reis, na
categoria Revendedora Avon;
6. Elza Paulina, Segurança e Justiça;
7.
Elânia Francisca, na categoria Saúde;
8. E Vanessa Grazziotin, em
Legislativo.
As comemorações do Prêmio Viva 2019 começaram. No último domingo, 24, os finalistas desta segunda edição se reuniram com as equipes de Marie Claire e do Instituto Avon na 1900 Pizzeria, no bairro de Perdizes, para um jantar de confraternização.
A ideia é que todos pudessem se conhecer pessoalmente, falar de seus
projetos e começar ali uma corrente poderosa pela vida das mulheres e
meninas do Brasil.
A noite começou com as boas vindas de Laura Ancona, diretora de redação de Marie Claire, e Daniela Grelin,
diretora executiva do Instituto Avon. “O Prêmio Viva surgiu a partir da
iniciativa de duas marcas que têm o enfrentamento à violência contra a
mulher como parte de seu DNA”, destacou Laura. “A ideia é dar
visibilidade à causa através de iniciativas nas mais diversas áreas – de
Saúde à Educação – com histórias inspiradoras que tiveram impacto
positivo na sociedade", completou Daniela.
Alice Juliana de Sousa, 21 anos, educadora social,
tornou-se mãe muito cedo. Tinha apenas 17 quando engravidou. Foi uma
gestação não planejada, como a de uma amiga da mesma idade. Com 29 mil
habitantes, a sua Timbiras, no Maranhão, é uma típica cidadezinha do
interior onde – como ela diz – todo mundo sabe o que você faz ou deixa
de fazer.
“Aqui a moça tem que casar virgem, senão a família fica difamada. O sexo
é tabu nas conversas entre pais e filhos. Na escola, os professores de
biologia também não se aprofundam muito nas aulas sobre reprodução
humana”, descreve. “Foi só quando aconteceu comigo que percebi a
importância de oferecer aos jovens informações de qualidade sobre sexo,
direitos reprodutivos e formas de se preservar”, afirma. Uma filha nos
braços poderia, com todas as responsabilidades que a maternidade
acarreta, ter atrapalhado Alice Juliana. Mas ela passou no vestibular
quando Juliane Beatriz tinha só dois meses, e segue estudando biologia
na Universidade Federal do Maranhão, no campus do município de Codó, há
25 quilômetros da sua cidade natal.
Aos 18 anos, começou a participar de projetos da Plan Iternational
Brasil, uma ONG fundada na Inglaterra que atua na promoção dos direitos
da criança e no empoderamento das meninas para a busca de igualdade. “Lá
abri os olhos para a violência de gênero. Até então, não identificava
como violência muitas situações comuns em minha comunidade. Eu cresci
ouvindo as pessoas dizerem que a vizinha espancada pelo marido
continuava com ele porque gostava de apanhar”, lembra. “Na ONG aprendi
que essas mulheres vivem em um ciclo de violência muito grande; e que
não é simples romper e sair da situação. Portanto, elas precisam de uma
rede de apoio”, argumenta.
A
experiência pessoal com a gravidez na adolescência e os novos
conhecimentos plantaram em Alice Juliana um desejo. “Quanto mais eu
aprendia, mais crescia a vontade de falar para todo mundo que aquilo
estava errado”, diz. Foi desta conclusão que, em 2016, nasceu o grupo
Juventude em Ação Social Comunitária (Jasc), fundado e coordenado por
ela, que chamou amigas e amigos para a empreitada. No primeiro momento, a
ideia era socorrer crianças muito pobres. O ponto de partida foi uma
mobilização para ajudar sete filhos de uma mulher da comunidade que se
suicidara. “Nós nos juntamos para recolher mantimentos, produtos de
higiene e materiais escolares para eles, e acionamos os serviços
públicos”, lembra Alice Juliana. Como estava fortemente envolvida com as
discussões de gênero e ciente do quanto falar sobre isso com pessoas
vulneráveis poderia mudar perspectivas, ela passou a organizar as
atividades do Jasc nesta direção. “Fomos buscar outros públicos. Logo,
adolescentes e mulheres se aproximaram. Hoje, no grupo tem o recorte Nós
Somos a Luta, que articula gênero e proteção”, diz a estudante, que
concorre na categoria Educação.
No grupo, todos
são voluntários, dividem as tarefas e realizam as atividades em espaços
cedidos pela comunidade. O foco é o fortalecimento da autoestima e o
desenvolvimento de estratégias de independência econômica para evitar a
violência de gênero. “Nossa intenção é mostrar a meninas e jovens
mulheres a importância de conhecer o nosso corpo – para entender o que
nos dá prazer e também para nos proteger. Mostramos que a gente precisa
de autonomia para decidir se quer ter filho, quantos e quando. Que as
mulheres são livres, podem se relacionar com quem quiser e sem
preconceitos”, diz Alice Juliana.
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