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quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Codó e Timbiras são alvos da RAICE por serem municípios que mais exportam escravos para outros Estados

Por Acelio Trindade

Atualmente, no Maranhão, Codó e Timbiras são os municípios que mais exportam mão-de-obra escrava para outros  Estados, principalmente para Minas Gerais e Pará. Ambas pela mesma razão destacada por a lavradora timbirense Maria de Jesus Carvalho, dona Dijé, do povoado Alegria – a falta de oportunidade para sustentar a família na terra natal.

Atividade do RAICE em Timbiras (24 10 2018)
 “O nosso Poder Público investir mais, entendeu, na nossa zona rural e faça ter como ganhar dinheiro que não tenha como sair pra fora, isso aí era excelente…TANTO NO CAMPO,  QUANTO NA CIDADE? Na cidade, porque muitos sabem que não tem como, vira pro lado e pra outro muitos largam até o estudo”, disse.

DADOS ALARMANTES

 De 2003 a 2017 Codó já teve mais de 400 trabalhadores resgatados de fazendas em situação análoga a de escravos. Em igual período este número  em Timbiras chega a 239 (Destes, 108 foram resgatados e disseram aos fiscalizadores que nasceram em Timbiras, o restante é residente mesmo).

RAICE em Timbiras

Por conta desta situação Codó e Timbiras são os únicos municípios do Maranhão a fazerem parte de um projeto que une Organização Internacional do Trabalho (OIT), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Comissão Pastoral da Terra (CPT).

TRABALHO EM ANDAMENTO 

Encontros foram realizados terça e quarta-feira (24) pela  REDE DE AÇÃO INTEGRADA PARA COMBATE AO TRABALHO ESCRAVO (RAICE)  nos dois municípios. Foram convidados representantes de entidades da sociedade civil organizada e do Poder Público.

Quem nos explicou a finalidade destes encontros foi o coordenador regional da CPT/MA, Ronilson Costa.

 “Ele [encontro] visa, exatamente, dialogar com os gestores públicos desses dois municípios Codó e Timbiras para construir um plano de ação que vá de encontro com os interesses dessa população vulnerável. Então há todo um processo de construção, de avaliação para ver qual é de fato a realidade e o que cada setor da administração pública e da sociedade civil pode contribuir nesse processo”

O PLANO

O plano a ser construído precisa incluir medidas que combatam os motivos que fazem codoenses e timbirenses serem prezas fáceis para os aliciadores – explicou Linalva Cunha, uma das coordenadoras do RAICE – medidas que talvez até já existam, mas que não são  implementadas com foco no fim do trabalho escravo.

 “Que tal a gente pegar todas essas ações, juntar no mesmo plano pra que a gente desenvolva essas ações no dia-a-dia, já que elas estão para serem executadas e elas atendam diretamente essas famílias que estão em situação de vulnerabilidade? (…) nós precisamos que a sociedade compreenda que ele existe, ele tá nas famílias e isso tudo é proveniente da ausência de direitos básicos, acesso à água, acesso à saúde, acesso à educação, às politicas sociais”, justificou.

COBRANÇA POSTERIOR

Depois, destaca Brígida Rocha dos Santos, da coordenação da rede de ação, o plano será acompanhado.

 “Que sejam construídas essas ações e o que for firmado no plano possa acontecer pois são demandas de políticas publicas essenciais pra essas famílias que saem, que deixam ser aliciadas acreditando no futuro melhor”, asseverou.


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