Ricos
em nutrientes como ferro, zinco e vitamina A, os alimentos
biofortificados estão cada vez mais conhecidos e presentes na mesa do
agricultor familiar. Projetos de expansão desses alimentos como o “Ações
de Transferência de Tecnologias Utilizando Alimentos Biofortificados”
que acontece nos municípios de Codó e Alto Alegre ajudam na transmissão
da importância do consumo desses alimentos.
O
projeto que visa promover a segurança alimentar e nutricional, é uma
área experimental de aproximadamente 2 hectares onde será plantado as
culturas de milho, feijão, batata doce e macaxeira. O chamado “Campo de
Multiplicação” terá o objetivo de, como o próprio nome sugere,
multiplicar sementes biofortificadas para serem distribuídas aos
agricultores familiares.
As
áreas localizadas no povoado São Francisco no município de Alto Alegre e
no campus do IFMA em Codó estão em fase de preparação do solo e já
passaram pelas etapas de gradagem e calagem para receber o plantio. O
projeto experimental vai atender prioritariamente 5 mil famílias em
condições de vulnerabilidade alimentar e nutricional.
O
Campo de Multiplicação é uma parceria entre a Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária – Embrapa que contribuiu com o fornecimento das
sementes e produtos para a preparação do solo, o Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IFMA que cedeu a área para o
plantio e a Agerp com prestação de assistência técnica.
“O
sistema SAF está trabalhando para transformar a difusão dos alimentos
biofortificados em política pública, pelo fato dos nutrientes
encontrados nessa alimentação serem fundamentais no fortalecimento
nutricional infantil, permitindo, junto com outras práticas saudáveis,
manter um equilíbrio na alimentação a ponto de se perpetuar até a fase
adulta”, explicou o secretário de Estado da Agricultura Familiar (SAF),
Adelmo Soares.
A
expansão desses alimentos pelo Maranhão segue forte. O Sistema SAF, por
meio de uma das suas vinculadas, a Agência de Pesquisa Agropecuária e
Extensão Rural (Agerp) está realizando o cadastro de 60 agricultores
familiares abrangendo os municípios de Codó, Alto Alegre, Timbiras e São
Mateus que também receberão as sementes do campo experimental.
De
acordo com a gestora da Agerp de Codó, Roseane Lobo, os produtos
biofortificados tem tido boa aceitação tanto nas escolas, por meio da
merenda escolar, quanto para o consumidor de forma geral. “A equipe da
Agerp, através dos nossos técnicos está sempre fazendo um trabalho de
conscientização da importância do produto para alimentação devido às
suas inúmeras qualidades nutricionais”, explicou. Ainda segundo a
gestora, alguns produtos biofortificados são vendidos para programas
sociais do governo, como Programa Nacional de Alimentação na Escola
(PNAE), feiras da agricultura familiar e feiras locais nos municípios.
Um
exemplo de venda e aceitação de alimento biofortificado é a agricultora
Antônia Lúcia Carvalho, moradora do município de Alto Alegre. Ela
conheceu a batata biofortificada em um dia de campo no município de
Codó, passou a produzir e hoje fornece para o PNAE. Dona Lúcia contou
que teve que adaptar o produto para que conseguisse vender, foi quando
surgiu a idéia de criar o caldo de batata biofortificada. A partir
disso, ela fez um curso de capacitação para ensinar merendeiras das
escolas municipais e incluir o produto na merenda escolar.
Outro
trabalho desenvolvido pelos técnicos da Agerp, é o plantio de hortas e
mudas de alimentos biofortificados em escolas municipais e em centros de
recuperação de dependentes químicos no município de Alto Alegre.
Rede BioFORT
O
Brasil tem se destacado num aspecto diferenciado dos demais países no
desenvolvimento de biofortificação. É o único país onde são conduzidos,
ao mesmo tempo, trabalhos com oito culturas diferentes: abóbora, arroz,
batata-doce, feijão, feijão-caupi, mandioca, milho e trigo.
Outro
diferencial é que, no Brasil, a unificação dos projetos científicos com
alimentos biofortificados atende pelo nome de Rede BioFORT que, além do
incentivo federal e de instituições de pesquisa, recebe suporte
financeiro de organizações internacionais como Fundação Bill e Melinda
Gates, Banco Mundial e HarvestPlus.
A
Rede BioFORT tem obtido relevantes resultados nas regiões Nordeste,
Sudeste e Sul do Brasil, onde já possui, aproximadamente, 18 mil
produtores com acesso a pelo menos um desses cultivares. Liderada pela
coordenadora do HarvestPlus América Latina e Caribe, Marília Nutti,
também pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos, a Rede
BioFORT ainda alcançou o expressivo número de 120 Unidades
Demonstrativas implantadas até o fim de 2015 nessas regiões, onde o
material coletado é destinado à merenda escolar e para as famílias de
produtores rurais dos municípios conveniados.
Assessoria de Comunicação e Eventos - Ascom
Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF)
Contato: +55 98 9182-3778
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