Durante
a realização da Feira de Agricultura Familiar e Agrotecnologia do
Maranhão (Agritec), no Território Cocais, promovida em Codó, produtores,
técnicos e estudantes tiveram acesso a cursos sobre criação racional de
abelha, vitrine tecnológica, demonstrações práticas e comercialização
de produtos derivados da Meliponicultura e Apicultura, consideradas
alternativas para o desenvolvimento rural.
O
biólogo da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural
(Agerp), José Malheiros, responsável pela coordenação do projeto no
evento, explicou que tanto a criação racional das abelhas sem ferrão do
tipo Tiúba (meliponafasciculata), nativas da região amazônica
maranhense, cuja atividade é conhecida como meliponicultura; e a criação
de abelhas do tipo africanizada (Apismelifera), espécie com ferrão,
associada à apicultura, são atividades viáveis para o fortalecimento da
agricultura familiar em decorrência, principalmente, dos baixos custos
envolvidos na criação e do elevado valor de mercado.
José
Malheiros disse, ainda, que um dos maiores entraves para o
desenvolvimento da atividade no Território dos Cocais, que possui
período diferenciado para a produção de mel, entre abril e maio, é a
disseminação de conhecimento técnico, no intuito de incentivar o aumento
da produção, por meio desta prática agrícola ecologicamente sustentável
e de retorno garantido às famílias rurais.
“Tivemos
uma procura expressiva de criadores nos três dias de evento. Diferente
do que mostram as estatísticas, Codó e os municípios vizinhos têm
criadores, só que ainda fazem tudo de uma forma rudimentar,
individualizada e precisam de assistência técnica. A Atividade é
promissora na região, que possui pasto apícola diversificado e o mais
importante, já sabemos que o interesse existe, vamos agir para
incrementar a produção e trocarmos experiências com produtores de todo
Maranhão”, frisou o biólogo.
O
presidente da Agerp, Júlio César Mendonça, destaca a importância da
participação do órgão, em prol do desenvolvimento da meliponicultura e
apicultura no Estado. “Vamos apoiar esta cadeira produtiva e qualificar
nossos produtores, tornando esta atividade em um excelente elemento para
garantir rendimento de forma rápida e melhoria na qualidade de vida
destas famílias”, disse.
A
programação contou ainda com vitrines tecnológicas, demonstração por
meio de ninhos naturais, práticas com transferências de abelhas para
modelos de caixas moduladas, extração do veneno de abelha africanizada,
equipamentos de proteção, todo o processo de manuseio das colônias
gerando também procura estudantes de aéreas correlatas, em busca de mais
informações.
O
estudante do 3° período de Ciências Agrárias, Geovane Aguiar, de 19
anos, disse que já teve iniciação a matéria na faculdade, mas que a
prática desenvolvida e a didática utilizada no curso pela equipe técnica
da Agerp, foram o diferencial. “Conseguiram reunir pessoas de todas as
idades e formações. Do produtor ao estudante, todos entenderam e se
apaixonaram um pouco mais com o que pode ser conseguido com essas
atividades agrícolas”, destacou.
O
criador de Sobrado II, povoado localizado a 43 km de Codó, Onofre
Alves, 67 anos, foi um dos participantes do curso. “Moro no campo e
quero condições para viver aqui. Já trabalho com horta, mas tem um tempo
que percebi a minha vocação para trabalhar com abelhas. Tenho uma
pequena produção, que por enquanto voltada só para subsistência, consumo
da minha família, e quero tornar em mais uma forma de renda”, contou o
agricultor familiar. |
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