O
governador Carlos Brandão coordenou, na tarde desta segunda-feira (19),
no Palácio dos Leões, uma reunião de alinhamento que contou com a
participação de diversas secretarias de Estado, representantes e membros
do Poder Judiciário, municípios, Câmara de São Luís e da iniciativa
privada. O encontro objetivou a elaboração de uma parceria institucional
voltada para avanços na regularização fundiária no Maranhão.
O
momento também foi essencial para a reflexão sobre a viabilidade de
diversos mecanismos facilitadores para a regularização de territórios
nacionais. Segundo Richard Torsiano, especialista internacional em
Governança e Administração de Terras, há uma série de elementos que
justificam a investida e interesse de destaque do Estado do Maranhão em
gerenciar os processos de regularização fundiária em seus territórios
urbano e rural.
“Há
o interesse em se construir um projeto nacional para melhorar a gestão
fundiária no país. E existem estados que são prioritários para produzir
os seus projetos paralelos, por suas características, como é o caso do
Maranhão. Pela quantidade de comunidades, biomas Amazônia e Cerrado,
avanço da fronteira agrícola, potencial de energias renováveis”,
explicou Torsiano, que também é consultor do Banco Mundial junto à
Corregedoria-Geral da Justiça do Piauí (CGJ/PI).
Para
Brandão, há grandes avanços nos últimos anos, nesse quesito, no
território maranhense. E, para ele, a atuação das Corregedorias de
Justiça tem sido relevante no processo de colaboração integrada. “O
governo do Maranhão tem muita vontade de avançar na regularização
fundiária em seu território. Vamos ampliar a relação com o governo
federal e no fomento a financiamentos privados. Precisamos encontrar
recursos. Onde houver espaço, iremos atrás”, garantiu.
Desenvolvimento e preservação dos povos e comunidades tradicionais
A
expansão do agronegócio no Brasil, sem o devido processo de ordenação
territorial, tem ocasionado conflitos agrários envolvendo diversos
atores. Outro mote defendido ao longo da reunião foi justamente sobre o
avanço em políticas públicas que garantam segurança jurídica, combatendo
a tensão no campo, que por vezes tem crescido.
“Tem
que ter espaço para todos. Comunidades indígenas e quilombolas.
Assentados e grandes produtores. O que não pode é ter conflito agrário. A
paz no campo deve ser garantida e os legítimos responsáveis pelas
terras precisam ter sua segurança garantida, para não se tornarem
sujeitos a invasões”, ressaltou, ainda, o governador.
Celeridade e tecnologia
Além
desses elementos, a regularização fundiária elaborada de forma
ordenada, com a participação de todos os agentes públicos e parceiros do
campo empresarial, garante outros pontos positivos. “É possível ter
acesso a crédito, aos programas governamentais e às inovações
tecnológicas, sem deixar de lado a conservação ambiental, tão debatida
hoje em dia por quem pensa em uma produção sustentável para os seus
estados”, pontuou o diretor-presidente do Instituto de Colonização e
Terras do Maranhão (Iterma), Anderson Ferreira.
Uma
ideia que tem ganhado bastante entusiastas e que foi colocada em debate
é a da entrega dos títulos de propriedade em projetos de regularização
fundiária no Maranhão por meio da Corregedoria-Geral da Justiça do
Maranhão (CGJ/MA) com a interligação dos cartórios de registros de
imóveis ao Iterma, otimizando e agilizando os projetos desenvolvidos
pelo Judiciário maranhense, sem custos.
“A
média de regularização fundiária, nos últimos governos, tem sido de 500
a 1500 títulos de terra por ano. Pretendemos avançar com um projeto
maior, daqui para a frente, com o esforço conjunto de todas as entidades
parceiras”, esclarece Brandão.
Para
isso, o encontro deliberou a formação de grupos de trabalho que irão
avançar em uma espécie de diagnóstico. A finalidade é apresentar
propostas para a regularização fundiária nas áreas urbana e rural
maranhenses, por meio de financiamento e acordos entres as diversas
iniciativas, que atuam conjuntamente para a melhoria da qualidade de
vida e garantia de direitos no convívio com a terra, daqueles que vivem e
produzem em solo maranhense.
A
reunião contou com a presença de representantes do Tribunal de Justiça
do Maranhão (TJMA), Ministério Público do Maranhão (MPMA), Defensoria
Pública, prefeituras municipais, Secretaria de Estado das Cidades e do
Desenvolvimento Urbano (Secid) e do Instituto de Colonização e Terras do
Maranhão (Iterma), que vão atuar para garantir mais segurança jurídica e
políticas públicas a pequenos, grandes e médios produtores das zonas
rural e urbana do estado.
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