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Ofício de Joyce Andrade/click em cima para ver em tamanho normal |
Maria José Alves Vieira é agente comunitária de saúde, mas há mais ou menos 2 anos é acadêmica do curso de enfermagem em Teresina – Piauí.
No dia 14 de abril de 2014, a enfermeira
Paulliny de Araújo Oliveira enviou um ofício à senhora secretária de
Saúde, Joyce de Sousa Mororó Andrade, comunicando-lhe que a filha do
vereador não estava comparecendo ao trabalho e que outra filha do edil,
identificada como Andréia Alves Vieira é quem a substituía, inclusive, assinando o ponto para, fraternalmente, evitar as faltas.
“A mesma não tem comparecido ao posto
de serviço vindo apenas no dia da entrega da produção sendo que sua
irmã Andréia Alves Vieira é que tem desenvolvido suas atividades
laborais enquanto a Sra. Maria José reside na cidade de Teresina-PI”, escreveu a enfermeira no ofício enviado à secretária.
PROVIDÊNCIAS
No dia seguinte, portanto 15 de abril de
2014, como prova documento enviado à redação do blogdoacelio, a
secretária de Saúde Joyce Andrade tomou por providência enviar ofício à
senhora secretária de administração da Prefeitura de Timbiras ,
Walcicley Martins Andrade, pedindo a suspensão dos pagamentos da agente
comunitária Maria José Alves Vieira.
“Considerando que o agente
comunitário de saúde deve, obrigatoriamente, residir no município e na
área de atuação, solicitamos providência e suspensão de pagamento de
proventos até averiguação do caso”, pediu Joyce no ofício.
E DEPOIS?
Ainda não sabemos se o dinheiro da agente foi realmente cortado.
O fato mais recente a respeito desta
confusão data do dia 02 de maio quando o vereador Wilson Vieira
apareceu numa entrevista concedida ao site Oitimba.com onde assume que a
Andréia substitui, realmente, a outra (a quem chama de Mazé), mas que
isso, nem de longe, é o primeiro ou o último caso de imoralidade e
ilegalidade na administração pública timbirense.
A explicação é um tanto quanto
‘embananada’. O vereador, diante da situação embaraçosa, diz que a filha
estuda mesmo em Teresina, mas reside em Timbiras, que a outra a
substitui, mas isso não significa que Mazé está ausente do trabalho.
“A meu ver ela (reportagem) não condiz com a realidade, lá
eles dizem que ela mora na cidade de Teresina e na verdade ela mora em
Timbiras, ela apenas estuda em Teresina e que, na verdade, tem uma outra
pessoa que é irmã dela que substitui ela na sua ausência, mas isso não
significa dizer que ela tá ausente do trabalho, simplesmente quando
ela sem vem em Timbiras no período que é preciso fazer o seu trabalho,
mas nas suas ausências por questão de acordo que teve com a secretaria
de Saúde porque ela tá fazendo faculdade na área de enfermagem, uma área
que vai enriquecer os próprios conhecimentos de suas funções, então
isso é através de um acordo”, diz Vilson no vídeo. click no link abaixo para assistir ao vídeo:
CULPA DA SECRETARIA DE SAÚDE
No contra-ataque, o parlamentar culpou a
Secretaria de Saúde do município por ter firmado acordo com a agente
comunitária que reside em Teresina e afirmou que a filha dele não está
sozinha neste tipo de ‘jogada à brasileira” para poder estudar fora.
Segundo Vilson Vieira há casos bem
piores como o de comissionados que nunca pisaram na própria secretaria
comandada por Joyce Andrade, inclusive gente de Maceió, capital do
Estado de Alagoas.
“A secretaria foi de acordo, ela sempre
é…existem outros casos que é dessa mesma forma e sempre foi do
consentimento da Secretaria de Saúde até por quê como é que uma outra pessoa vai assinar um livro de ponto por outra pessoa sem o consentimento da secretaria? isso
não existe, se tem uma pessoa responsável pelo livro de ponto e dá à
uma outra pessoa que não seja servidor pra assinar um livro de ponto eu
creio que a Secretaria esteja sabendo para dá o consentimento pra pessoa
assinar e toda vez que a minha filha que é efetiva no agente de saúde não estava presente a outra irmã dela ia substituir,
ela assinava o livro de presença para que não caracterizasse falta nela
e ela cumprisse a sua tarefa para não deixar a comunidade prejudicada
(…) eu creio que se existe um crime é da própria secretaria que consentiu esse tipo de trabalho”
“Porque eu entendo que o caso da
Mazé, que é minha filha, não é o único em Timbiras, não é de agora.
Existem vários outros servidores públicos que estão na mesma situação
que ela, existem outros casos que são pior do que ela, existem outras pessoas que são da mesma função dela,que num tem ninguém trabalhando no local e tá rebendo, tem
outras pessoas que,inclusive, não prestam nenhuma tipo de serviço na
própria secretaria de Saúde, que tão na folha de pessoas comissionadas
que nunca pisaram em Timbiras, tem pessoas de Maceió (Estado de
Alagoas) vinculada ao próprio prefeito, sobrinho do prefeito e a gente
hoje lamenta muito essa situação no município de Timbiras por ainda
existir esse tipo de perseguição política” concluiu o vereador sua defesa.
CASO PARA O SENHOR MINISTÉRIO PÚBLICO
Dificilmente alguém vai encontrar uma
lei no Brasil que autorize tamanha imoralidade administrativa dentro do
serviço público. Imagine a situação – você passa no concurso, é nomeado,
mas quem vai trabalhar no seu lugar é seu parente ou outra pessoa
qualquer?
Se isso fosse possível, senhores, o Brasil se chamaria ‘Casa de Mãe Joana’.
Outro agravante é que se trata de
serviço essencial – saúde. A substituta era, ao menos, agente
comunitária, tinha formação na área?
Perguntas que devem ser investigadas, a
fundo, pelo Ministério Público Estadual. É preciso saber se houve
conivência da Secretaria de Saúde e descobrir todos os que estiverem
atuando à margem da lei neste caso para que recebam a punição devida.
O senhor promotor de JUSTIÇA, Ricardo
Misko Campineiro, também deverá fazer um pente fino nesta
administração. Apesar de ser uma maneira de defender o feito feio das
filhas, as denúncias do vereador não podem passar em branco, como ele
mesmo pediu na entrevista.
Fonte: Blog do Acélio
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